sexta-feira, 27 de abril de 2012

Domingo, 5 de fevereiro Pt. 2

- Sim. Nunca vi você assim! - Eu estava um pouco assustada.
- Pergunta pro Derick o que aconteceu... Ele deve saber... - Ele falou com repulsa e se levantou.
Parei um pouco pra refletir e me lembrei da idiotice da noite passada. Dominic tinha todos os motivos do mundo para me odiar. Não falei nada. Apenas me levantei, tirei a aliança do dedo, larguei-a no chão e saí.
Meus passos eram lentos e inseguros. Eu sentia que ia me arrepender, mas, pelo que vi, Dominic nunca mais me amaria. Me enganei.
Ele correu até mim, tão rápido que nem o vi. Me abraçou por trás, estendeu a mão diante dos meus olhos, me mostrando a aliança, e sussurrou ao meu ouvido:
- Esqueceu isto. - Ele ainda estava um pouco nervoso.
- Você não tem mais motivos pra me amar. - Eu segurei meu choro.
- Claro que tenho, minha Emy. Você é o que dá sentido à minha vida, como eu não vou amar você? - Ele continuou abraçado em mim.
- Eu errei.
- Todos nós erramos e a culpa não foi sua, eu sei. - Ele beijou meu pescoço.
Fiquei arrepiada da cabeça aos pés.
- Vou voltar pra Transilvânia. Quer vir comigo? - Eu sussurrei.
Andrews vinha da cozinha, continuava lindo e perfeito como sempre fora.
- Estão pensando em voltar pra Transilvânia? - Ele disse rindo um pouco.
- Eu sim... - Olhei pra Dominic.
- Vou onde você for. - Ele sussurrou.
Eu ri baixo. Aquela tristeza não mais me afligia. Sorri um riso largo e feliz. Estar com Dominic era a melhor parte da minha vida. Mesmo que ele ainda estivesse zangado - o que eu sabia por que senti seu aperto forte nos meus braços - eu sabia que ele realmente me amava.
Ele me soltou e segurou minha mão fortemente. Meu braço ainda estava doendo. Puxei um pedaço da blusa até o ombro, de onde eu pude ver um hematoma, não muito marcado, mas já estava roxo.
- Desculpe. - Ele sussurrou, engolindo seco.
- Não... imagina. - Eu sorri, meio sem jeito.
- Eu te machuquei e estou pedindo desculpas. Você me perdoa? - Ele não olhou pra mim.
Eu sabia que, pelo tom de voz e pelo fato de não olhar para mim, ele queria meu sincero perdão.
- Eu te perdoo. - Eu disse sinceramente, mas com um pouco de pesar, por que a culpa não era dele.
Ele não sorriu, só me virou para ele e me beijou delicadamente.
- Ah, que lindo isso, gente. - Ângela riu.
Enquanto Dom me beijava, não resisti e ri. Ele riu também. Foi uma cena hilária. Quando notei, já estavam todos rindo.
- Obrigado, Andy. - Dominic encarou a irmã, sorrindo, que retribuiu a ironia com um beijo soprado.
- Ângela, eu ia te perguntar antes, mas me esqueci. - Eu me aproximei dela, correndo.
- Pergunte. - Ela sorriu.
- Como está... - Fui interrompida pela porta que se abriu.
- Alex! - Ela deu um pulo e correu em direção a ele.
- ... o Alex. - Eu continuei minha pergunta, rindo.
- Minha doce Andy. - Ele a beijou e a abraçou.
- Oi Alex. - Dominic o cumprimentou sério.
- Dominic. - Ele acenou positivamente com a cabeça uma vez só, também sério.
Estranhei a seriedade de ambos. Alexander soltou Andy, andou a passos lentos até Dominic e parou diante dele, sério. Comecei a ficar assustada e me aproximei de Andy, que escondia um sorriso no canto dos lábios.
- Ah, dá um abraço aqui, irmão! - Alex abraçou Dominic, que riu alegremente.
Suspirei, aliviada.
- Eles quase me mataram do coração. - Sussurrei quase inaudível para Ângela.
- Eles fazem isso quase sempre. - Ela sorriu.
- Meninos... - Eu sussurrei.
Andy riu e voltou pra perto do namorado.
- Oi Emy. - Alex sorriu e acenou para mim.
Acenei para ele. Dominic se aproximou de mim, passou uma mão por minha cintura e falou todo imponente:
- Essa aqui é minha noiva, não é mais a Emily. - Ele riu.
- Como assim?! - Alex escandalizou. - Ninguém me conta nada!
Eu ri do modo como ele falou.
- Vou casar com a mulher mais perfeita do mundo! - Ele gritou, mas não tão alto. - Olha a minha sorte!
Eu ri, tímida e corada. Ele virou meu rosto, suavemente, e me beijou os lábios. Eu os senti frios e amorosos sobre os meus. Perdi meu norte, perdi meu chão, perdi meu ar e quase perdi minha consciência.
- Dominic, se você casar com a mulher mais perfeita do mundo, vai cometer incesto. - Alex comentou, sério.
Dominic olhou para Alex, sério.
- Não sabe o que diz. - Ele continuou sério. - Não há nada mais perfeito do que essa deusa, que em breve chamarei de minha esposa. - Ele me olhou afetuosamente e acarinhou meu rosto com as mãos geladas.
- Bom... Se eu disser que Emily é a menina mais perfeita do mundo, vou acabar morrendo de qualquer maneira. - Ele riu.
- Entendi. - Andy deu o ar de sua graça. - Ou eu, ou Dominic mata você. Entendi. - Ela ficou séria.
Desviei o assunto rapidamente.
- Quando iremos? - Ele sabia do que eu estava falando.
- Você é quem sabe. - Ele me fitou docemente com seus olhos negros e sombrios.
- Hoje? - Sugeri.
- Se for sua vontade, sim. - Ele sussurrou.
Eu ri baixo.
- Vão pra onde? - Ângela disse com sua voz doce.
- Transilvânia. - Respondi. - Outra vez. - Complementei.
- Peguei trauma daquele lugar... depois de certas coisas. - Ela murmurou baixo.
- Coisas...? - Incentivei-a a prosseguir.
- Coisas. - Entendi que ela quis deixar por aquilo mesmo.
- Ok. - Me interrompi.
O silêncio tomou conta da sala até ser interrompido por Rose Mary fazendo escândalo quando me viu.
- Emily! - Ela me abraçou forte. - Como você cresceu!
- Pois é... eu cresci. - Eu disse desanimada.
Ela me largou rapidamente.
- Ei. você cresceu! - Ela se espantou, do mesmo jeito que a filha quando me viu. - Como isso é possível?!
- Perdi a transformação. Em parte. - Expliquei o que eu achava que estivesse acontecendo.
- Grande parte, então. - Ela falou suave. - Seu DNA é muito predominante.
- Nem parece que eu fui transformada. E se eu for mordida outra vez, provavelmente não vai durar muito tempo, fora a dor que eu vou sentir. - Eu agarrei meus braços.
Dominic começou a ficar incomodado; pude notar pela força com que cerrava os punhos.
- Vamos... mudar de assunto? - Ele sugeriu, falando baixo, os olhos apertados.
- Sugiro que, se vamos hoje pra Romênia, tenho que arrumar minhas coisas. - Eu murmurei.
- Eu levo você lá, você arruma suas coisas e vamos pro aeroporto. - Ele continuava sério, mas seu olhar era doce.
Assenti com a cabeça rapidamente. Nos despedimos dos que estavam ali e voltamos pra minha casa.
- Dominic... - Eu ia fazer uma pergunta boba, mas desisti.
- Por que eu te amo. - Ele respondeu; provavelmente lera meus pensamentos.
- Como é possível você me amar tanto assim à ponto de não desistir de mim? - Eu murmurei, abrindo a porta de minha casa.
- Você é a moça mais perfeita, adorável, majestosa e meiga que já existiu em todo o mundo. - Ele me interrompeu quando eu abri a porta.
Ele segurou suavemente as minhas mãos, olhou bem no fundo dos meus olhos e aproximou seu rosto do meu. Senti seu respirar sobre minhas pele. Ele riu baixo, entrelaçou os dedos sob meus cabelos, na nuca, e beijou minha testa.
- Eu te amo, Emily. - Ele murmurou.
- Eu te amo, Dominic. - Respondi abrindo lentamente os olhos.
Eu ri baixo e adentrei minha casa. Dominic me seguiu e se sentou no sofá.
- Me espera aqui. - Eu o encarei maliciosamente.
- Não conte com isso... - Ele me olhou; o sorriso nos seus lábios era tão malicioso quanto o meu.
- Por que? - Eu voltei e me sentei sobre suas pernas, mantendo meu tom malicioso.
- Por que? - Ele riu. - Por que eu não posso ficar aqui embaixo, sendo que tem um anjo me esperando lá em cima. - Ele sussurrou beijando meu pescoço bem lentamente.
Minha vontade era me entregar, mas ainda não estava na hora, e eu sabia disso.
- Emy... - Ele se interrompeu, afastando-se devagar. - Suba. Vá arrumar suas coisas. - Ele baixou os olhos.
Mordi o lábio inferior e baixei meu olhar. Dominic segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou intensamente. Me inclinei pra trás, acidentalmente, e caí. Ele caiu por cima de mim. Eu ri.
- Me desculpe. - Dominic estava sem jeito.
Ele me ajudou a levantar; subi as escadas e arrumei minhas coisas. Minhas malas totalizaram duas, nada muito exagerado.


Continua...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Domingo, 5 de fevereiro

Sentei-me na cama logo que abri os olhos ao acordar. Minha vontade de voltar aos dezessete era incontrolável. Resolvi viajar por conta à Transilvânia. Precisava resgatar aqueles tempos maravilhosos. Me levantei da cama num salto, andei saltitante até o banheiro, lavei meu rosto, penteei os cabelos, escovei os dentes. Desci pra cozinha, tomei meu café da manhã. Meu celular tocou. Corri para atendê-lo.
- Alô? - Eu estava animada.
- Bom dia, minha princesa. - Minha mãe estava feliz.
- Mamãe! Como você está? - Eu comecei, alegre.
Continuamos a conversar enquanto eu me trocava - Deixei o celular no alto-falante; assim eu a ouvia de longe.
Terminei de me vestir, minha mãe desligou o celular, eu também.
Peguei o telefone e liguei para Dominic, mas caía na caixa postal. Achei estranho e tentei outra vez. A mesma coisa aconteceu. Larguei o telefone, peguei minha bolsa e saí. Meu destino era a casa dos D'mitri. Sim, eu ia mesmo chegar sem avisar.
Praticamente invadi a propriedade deles, sem avisar ninguém.
- Emy. É bom ver você, mas o que faz aqui? - Ângela estava perto da porta e me encarou abismada.
- Onde está seu irmão? - Eu estava começando a me chatear.
- Tá lá em cima, mas... - Eu nem a deixei terminar.
Subi as escadas correndo, ouvi umas batidas fortes, que sentia na caixa torácica. Segui um barulho e entrei numa espécie de sala de ginástica. Dominic estava com os olhos negros, socando um saco de pancada. Provavelmente reforçado.
- Dominic... - Eu murmurei.
Ele não pareceu me ouvir, continuou irritado, descontando a ira nos punhos. Ele estava vestindo uma regata, que deixava à mostra as veias dos braços salientes. Seu maxilar estava travado em uma mordida brutal, seus olhos choravam raiva.
- Dominic! - Eu gritei.
Ele olhou pra mim, com raiva nos olhos negros, e voltou a socar o saco.
Ângela chegou correndo.
- Emy, acho melhor você ir embora. - Ela me encarou com os olhinhos tristes.
- Não, Andy. Não vou sair daqui sem falar com ele. - Me aproximei dele.
Eu respirei profundamente, tentando me acalmar. Toquei seu ombro, ele parou. Se ajoelhou no chão e começou a chorar.
- Vai embora daqui! - Ele murmurou.
- Desculpa, mas não vou. - Eu me agachei ao seu lado.
Ele escondeu o rosto.
- O que está acontecendo? - Eu o fitei.
- Ainda pergunta...? - Ele estava mesmo irritado.




Talvez Continua...



Dedicado à Ágata, a menina que me ajuda a postar isso aqui... Te amo, amiga! ♥

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sábado, 4 de fevereiro Pt. 5

Me levantei do balcão, peguei o prato e o larguei na pia. Senti aquele abraço apertado e aquela respiração no pescoço que me deixava maluca.
- Você é a moça mais perfeita do mundo. - Ele substituiu os espaços entre as palavras por beijos e mordidas sobre minha pele.
Meus braços se arrepiaram, ele riu.
- Você ainda me fará perder o controle... - Eu murmurei.
- Achei que você já o tinha perdido hoje. - Ele riu.
- E agradeço por encontrá-lo novamente. - Eu me virei para ele e o abracei.
Ele riu baixinho, beijou minha bochecha e me soltou.

Depois de alguns longos segundos trocando olhares, ele se aproximou cada vez mais da minha boca; aquele sorriso malicioso me hipnotizava. Quando estávamos prestes a nós beijar, Ângela apareceu.
 - Oi! Atrapalho vocês? – Ela disse me abraçando.
Andy continuava linda como eu lembrava dela, depois de tanto tempo que não nos víamos.
- Claro que não. - Eu ri. - Não estávamos fazendo nada não é Dominic ? – Eu disse olhando em seus olhos.
 - Sim, é verdade. Estávamos só... conversando. - Ele fixou seus olhos nos meus.
Andy deu um leve riso, perfeita, como ela sempre foi.
- Me diz, Emily. Como você está? Há que tempos não nos falamos. - Ela me soltou.
- Eu estou bem, Ângela. - Eu sorri. - Daqui há alguns tempos farei parte oficial de sua família. - Eu olhei para Dominic e voltei a olhar para ela.
- Como... - Ela escancarou a boca e por fim entendeu.
Ela deu um grito histérico e me abraçou forte.
- Minha nova irmãzinha! - Ela falou, sua voz era perfeita e doce.
Eu ri alegremente. Encarei o relógio: eram 11:45. O tempo passava, eu nem sequer notava.
- Não vou mais estorvar vocês. - Ângela sorriu discretamente.
- Vou com você, Andy. Já está na minha hora. - Ele baixou os olhos.
- Tudo bem. - Suspirei.
Ele segurou carinhosamente minhas mãos e me olhou nos olhos.
- Assim que pensar, estarei aqui. - Ele beijou minha testa e, depois, meus lábios.
Sorri ao sentir seus lábios frios sobre minha pele.
- Eu te amo. - Ele sussurrou lentamente sobre meu pescoço.
Suspirei, tímida. Ele se afastou de mim e saiu, acompanhando a irmã. Esperei até que eles se fossem. Depois subi as escadas até meu quarto, abri meu roupeiro e comecei a revirá-lo. Encontrei uma das minhas memórias dentro de uma caixa. Meu caderno de desenhos estava intacto, os traços do lápis estavam um pouco mais apagados, mas ainda se via os desenhos.
Sentei-me no chão e comecei a folhar o caderno. Havia alguns desenhos do Transilvânia Hotel, o lugar onde minha vida realmente começou. Eu comecei a olhar para os desenhos onde eu aparecia. Meus traços ainda eram infantis. Eu realmente havia crescido.
O telefone tocou na cozinha. Levantei-me rapidamente, com o caderno na mão, e desci as escadas. Atendi o telefone.
- Alô?
- Emy! Como você está, minha bela? - Era meu pai.
- Papai! Que saudades! Eu estou bem e você, como está? - Fiquei muito feliz em ouvir a voz do meu pai.
- Ah, eu estou bem, obrigado. E como andam as coisas por aí? - Ele estava meio rouco.
- Ótimas. - Eu respondi alegre. - Ah, pai, a mamãe está aí? - Eu estava ansiosa pra contas as novidades.
- Sim, ela está. Quer falar com ela?
- Por favor. - Me animei.
Esperei alguns instantes até que a ligação fosse passada a mamãe.
- Emy? - Ela disse baixinho.
- Mamãe! - Eu quase chorei. - Tenho uma coisa pra te contar! - Eu estava quase infartando.
- Pois diga, minha Emy! - Ela também estava ansiosa.
- Dominic me pediu em noivado! - Eu segurei um grito na garganta.
- Oh meu Deus! - Minha mãe ficou espantada. - E você disse que sim? - Ela queria saber de tudo.
- Sim! Eu disse sim! - Comecei a pular feito uma criança.
Ficamos mais um bom tempo conversando, até que o pôr-do-sol chegou. Me despedi da minha mãe, desliguei o telefone e resolvi ficar bonita pra mim - e pra Dominic, caso ele resolvesse voltar.
Tomei um banho relaxante, com a água bem quente. Arrumei meus cabelos e pus uma roupa bonita. Fiz uma maquiagem que combinasse com minha roupa e eu estava pronta.
Quando terminei de me arrumar, eram 20:22.
Deitei-me na minha cama e um vulto pulou minha janela.
- Pensei que viria mais tarde, Dominic. - Eu disse, de olhos fechados e deitada.
Senti um respirar perto dos lábios e abri os olhos para admirar àquela perfeição. Fui surpreendida por um beijo de alguém que eu, realmente, não esperava.
Me levantei rapidamente da cama e me escorei na parede, tentando me manter o mais longe possível de Derick.
- O que você está fazendo aqui?! - Eu estava apavorada.
- Não resisti à esse rosto perfeito e esses lábios doces. - Ele, num movimento invisível, me prendeu entre seu corpo e a parede.
Ele segurou meu rosto e me beijou novamente. De súbito, ele sumiu da minha frente. Dominic o estava segurando fortemente contra o chão, que estava a ponto de se quebrar. Derick ficou enfurecido, se levantou e chocou Dominic contra a parede. Ele caiu no chão e ficou meio zonzo.
- Desgraçado! Vai embora daqui antes que eu acabe com a sua existência! - Dominic agarrou Derick pelo pescoço e o chocou contra uma parede, mas sem soltá-lo.
Fez isso por três vezes até que Derick o chutou, obrigando-o a soltá-lo.
- Se me der licença, tenho que ir. O que eu tinha pra fazer, eu já fiz. - Derick estava muito cansado, mas continuava agressivo.
Dominic continuava atirado no chão, totalmente derrotado. Derick sumiu no breu.
Corri até Dominic, me ajoelhei diante dele; seus olhos estavam fixos no chão, cheios de lágrimas. Nunca o tinha visto daquele jeito.
- Você está bem? - Eu sussurrei.
Ele me encarou, sério, choroso, levantou-se vagarosamente e sumiu, sem dizer uma única palavra. Estava começando a ser derrotada pelo sono. Me sentei na cama e ouvi em minha mente: "durma". Dito e feito. Dormi.

domingo, 8 de abril de 2012

Sábado, 4 de fevereiro Pt. 4

Me levantei da cama, sem conseguir esconder meu aparente descontentamento. Ele notou.
- Sei o quanto está chateada, mas preciso que me entenda. – Ele se levantou e me seguiu escada a baixo.
- Imagina... Já entendi. Não precisa perder tempo se justificando. – Eu fui frígida. – Não vou fazer isso outra vez. – Baixei a cabeça e peguei um sanduíche de dentro da geladeira.
Sentei-me no balcão da cozinha, fui comendo devagar. Ele me encarava, como quem me avalia.
- Me desculpe. – Ele fixou os olhos em mim.
- Não precisa fazer isso, Dominic. Sabe que a culpa foi minha. Quando me disse que iria junto, deveria ter te levado comigo. Quem sabe Derick desistiria. – Murmurei.
- Odeio te ver chateada. Principalmente quando o motivo de sua chateação sou eu! – Ele escorou os braços ao lado das minhas pernas, no mármore escuro do balcão.
Olhei-o fundo nos olhos, ele sorriu aquele riso maravilhoso; eu não conseguia resistir.
- Você é impossível... – Murmurei e beijei seu rosto.
- É? E você é perfeita. – Ele sorriu novamente.
- Estou longe de ser perfeita. – Larguei o prato ao meu lado.
- Pelo menos, a meu ver, você não tem mais o que fazer pra ser perfeita, a não ser... – Ele sorriu de leve e ficou sério de súbito.
- A não ser...? – Incentivei-o a prosseguir.
- A não ser aceitar proposta que… eu lhe fiz. – Ele ficou sem jeito.
- Ahm... – Eu murmurei, ainda mais embaraçada que ele.
- Não preciso que diga que sim. Só quero ouvir com sinceridade sua resposta. – Ele me fitou nos olhos.
Eu o encarei fixamente, tentando desvendar o mistério que ele ocultava no olhar, o que me deixava simplesmente sem reação ou pensamento.
Ele baixou o olhar ao ver que o luar em seus olhos influenciaria em minha resposta.
- Responda, por favor. – Ele manteve os olhos fechados e a cabeça baixa.
Ergui seu rosto delicadamente e beijei sua testa.
- Eu acho que ainda sou nova demais pra casar. Se você aceitar esperar, eu caso com você, mas mais tarde. O que você acha? – Propus.
Ele não disse nada; apenas sorriu e me surpreendeu com um beijo rápido e leve sobre os lábios. Eu ri e o abracei.
- Ok. Vou reformular minha proposta, já que você quer que eu espere. – Ele sorriu torto.
- Hum. – Eu o encarei sorrindo discretamente.
- Emily Diana Anders, você me daria à honra de se tornar minha noiva? – Ele tirou do bolso uma caixinha azul de veludo. – Esperarei o tempo que for pra ver você ao meu lado, vestida de branco e dizendo aceito. – Ele riu baixo.
- Sim, Dominic, aceito ser sua noiva. – Eu sorri. – Mas deixe-me corrigir: a honra de ser sua noiva é toda e completamente minha.
Ele riu e me beijou.
- Me desculpe pela crise de ciúmes que eu dei. Fui um completo idiota. – Ele estava realmente arrependido.
- Não, Dominic. A culpa foi minha. Nem deveria ter aceitado ir à lugar algum com aquele garoto. – Eu murmurei.

Continua...

sábado, 7 de abril de 2012

Sábado, 4 de fevereiro Pt. 3

O sol brilhava forte quando encontrei o caminho até minha casa. Fui andando devagar, comecei a ficar cansada, minha pressão baixou. Sentei-me em um banco, na sombra e esperei passar a tontura. Em alguns minutos já estava melhor. Suspirei profundamente e segui meu caminho. Continuei caminhando pelo sol, observando a paisagem. Não demorou muito para que eu ficasse tonta novamente.
- Droga... - Eu me escorei em uma parede.
Uma moça passou por mim, segurando uma sombrinha.
- Você está bem, senhorita? - Ela me encarou inexpressivamente.
- Eu... eu estou bem... - Murmurei tonta.
- Não, você não está. - Ela me segurou pela mão e me levou até um bar.
Me sentei em um banco e escondi o rosto entre os braços.
- Como é seu nome, mocinha? - Ela tinha a voz doce.
- Emily. - Eu balbuciei. - E o seu?
- Elena. - Ela disse friamente.
- Nome bonito. - Levantei a cabeça e a fitei, ela estava séria.
Ela assentiu com um sorriso forçado nos lábios.
- Você quer alguma coisa? - Ela fechou a sombrinha que trazia consigo.
- Não. Só quero ir pra  minha casa. O sol está fazendo minha pressão cair muito rápido. - Eu escorei minha cabeça em minha mão.
- Pegue isso e vá. - Ela me entregou a sombrinha delicada.
- Não posso... Você vai ficar sem. - Devolvi para ela.
- Fique. Por favor. - Ela me lançou um olhar doce e amável.
Fiquei sem jeito.
- Tudo bem. - Sorri timidamente.
Peguei a sombrinha, me despedi da moça doce e saí. Abri a sombrinha e segui até minha casa. Cheguei, larguei a sombrinha fechada em um canto da sala e me sentei no sofá. Dominic vinha descendo as escadas devagar.
- Dominic! - Me levantei e corri até ele.
Ele não disse nada; só subiu as escadas, sério. Aquela cena me partiu o coração. Eu o segui até meu quarto.
- Dominic, o que houve? - Eu me aproximei dele.
- O que você estava fazendo com ele? - Ele não olhou para mim.
- Ele queria conquistar minha confiança. - Revirei os olhos.
- Não duvido que você já tenha confiado nele. - Ele continuava bravo.
- Não, Dominic! - Eu me alterei. - Eu nunca confiei nele! Ele é um... deles! - Eu murmurei sem jeito.
Eu estava começando a gostar de Derick e isso não era nada bom.
- Você gosta dele, Emy! Isso não me agrada! - Ele estava rígido.
- Derick é... simpático... mas não merece minha confiança. - Eu me encolhi.
- Emily, eu te imploro! Fique longe do Stiletto. - Ele disse com repulsa.
Eu o abracei. Ele pareceu ficar com nojo de mim.
- Você... - Eu me encolhi.
- Não. Não ouse pensar isso outra vez, Emily. - Ele levantou meu rosto.
Ele me beijou de leve, e outra vez, e outra vez. Beijou meu pescoço, me arrepiei toda. Atei meus punhos ao seu pescoço e o derrubei sobre a cama. Eu fixei meus olhos nele e o beijei intensamente.
- Emily... - Ele murmurou; nem liguei.
- Shh... Quero provar que eu realmente te amo! - Eu murmurei rouca.
- Não precisa fazer isso, Emy. - Ele segurou firmemente a minha cintura.
- Você quer, eu sei... - Eu sussurrei.
- E você? Quer mesmo isso? - Ele murmurou em meu pescoço.
- Se você quiser, eu quero. - Eu estava fora de mim.
- Então eu não quero. - Ele continuou deitado e agarrado na minha cintura.
- Por que? - Eu sussurrei em seu ouvido.
- Por que eu te amo. Amo você assim, pura como você está. - Ele sussurrou sobre meus lábios e me beijou de leve.


Continua....

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sábado, 4 de fevereiro Pt. 2

Me pus de pé, ajudada por Derick.
- Você está bem? - Eu me preocupei.
- Sim. - Sua voz era rouca. - E você? - Ele me fitou nos olhos.
- Estou bem. - Eu estava tensa, na verdade. - Só estou preocupada com Dominic.
- Ele deve estar destruindo alguma coisa, por aí. - Derick caçoou.
- Derick, para! Estou falando sério. - Eu bati em seu braço.
- Me desculpe. - Ele ficou sério.
Me afastei da árvore onde Derick fora arremessado; ela estava totalmente destruída. Sentei-me no sol e fechei os olhos.
- Emily. - Derick me chamou, ainda no mesmo lugar. - Não tenho fortitude. - Ele me olhou de lado.
- O que é que tem? - Continuei de olhos fechados.
- Se não se importar, quero ficar perto de você. - Ele murmurou, mas pude ouvi-lo.
Olhei para ele, séria.
- É melhor você ficar por aí, mesmo. - Permaneci sentada.
Ele mordeu o canto do lábio inferior, sério e, do nada, sumiu. De repente eu estava na sombra, ele à frente dos meus olhos...
- Não te trouxe aqui por nada. - Ele murmurou sério. - Quero mesmo que você confie em mim.
- Desculpa... não dá. - Andei de costas em direção ao sol.
Dei uns dois passos e meio e esbarrei em alguma coisa.
- Por favor. - Ele insistiu.
Virei-me para trás.
- Com licença. - Eu disse séria e corri até a trilha na mata.

Continua...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sábado, 4 de fevereiro

No outro dia acordei e Dominic estava lá lindo como sempre...
- Bom dia, meu amor – Ele disse sentado sobre a janela.
- Bom dia – Eu sussurrei baixinho.
Ele se levantou, sentou-se ao meu lado e beijou minha testa, depois eu me levantei desci as escadas e fui em direção a cozinha. Quando me virei, Derick estava atrás de mim. Para que eu não gritasse, ele segurou minha boca e sussurrou baixinho:
- Silêncio. Não grite. Só quero falar com você, Emily – Ele soltou minha boca, deixando-a livre para que eu gritasse, mas não consegui.
- Diga, Derick. O que você quer comigo? – Eu disse olhando-o fixamente.
- Nada de mais. Só queria conversar com você sem a presença de Dominic – Eu, desconfiada, o olhei torto.
Subi as escadas e disse a Dominic :
- Dominic, eu preciso dar uma volta. – Cheguei perto dele e lhe deu um beijo de leve. 
Ele me olhou e segurou minha mão.
- Então vamos, Emy... – Ele sussurrou. 
Eu o encarei.
- Mas sozinha, Dominic, por favor. – Eu o olhei com um olhar de tristeza  e o deixei. 
Só vi a hora que ele pulou a janela e sumiu entre as arvores ...
Desci as escadas rapidamente e Derick estava me esperando sentando nó sofá .
- Vamos Emily ? – Ele estendeu a mão ma minha direção. 
Passei reto e peguei o casaco.
- Vamos, mas não espere que eu segure a sua mão não é, Derick ?
Ele abaixou a cabeça e saiu andando e eu  o segui. Chegamos em um lugar repleto de arvores.
- Você precisa confiar em mim Emy. – Ele me olhou, fitando meus olhos com os seus.
- Depois do que você fez? – Eu continuei encarando-o.
- Sim... me perdoe? – Ele segurou minha mão e eu senti sinceridade em sua voz. 
Eu o abracei, mas Dominic apareceu, justo naquela hora.
Eu podia o ver apertando seus dentes e seu maxilar truncando, e ele cerrando os punhos com toda força. Me afastei de Derick e olhei para Dominic, fazendo um sinal de que nada estava acontecendo, mas ele não deu a mínima e voou para cima de Derick. Eu tentei parar a briga, mas não deu certo. Era tudo muito rápido. Me lembrei que podia conversar com Dominic por pensamentos, então lhe disse: “Dominic, por favor, pare! você pode o machucá-lo!”.
Vi que sua expressão havia mudado, ele lançou Derick em uma árvore , seus olhos ficaram negros de repente aquele prateado lunar havia sumido, deixando-se tomar pela obscuridade da ira. Percebi que ele não estava em si... Nunca o vi tão furioso como ele estava naquele momento.
Ele me encarou ferozmente e sumiu como poeira soprada ao vento. Derick reclamou baixo, à tal ponto que eu não conseguir escutar o que ele dizia.
- Derick! - Corri até ele. - Você está bem? - Eu me ajoelhei ao seu lado.
- Sim... Só um pouco dolorido. - Ele examinou os braços.
- Me desculpe por isso... Não sei o que deu nele... - Eu murmurei envergonhada.
- Você está comigo. Não precisa de mais nada pra que ele se enfureça. - Ele se levantou e me estendeu a mão.
Agarrei firme em sua mão e me levantei.



Continua...