sexta-feira, 27 de abril de 2012

Domingo, 5 de fevereiro Pt. 2

- Sim. Nunca vi você assim! - Eu estava um pouco assustada.
- Pergunta pro Derick o que aconteceu... Ele deve saber... - Ele falou com repulsa e se levantou.
Parei um pouco pra refletir e me lembrei da idiotice da noite passada. Dominic tinha todos os motivos do mundo para me odiar. Não falei nada. Apenas me levantei, tirei a aliança do dedo, larguei-a no chão e saí.
Meus passos eram lentos e inseguros. Eu sentia que ia me arrepender, mas, pelo que vi, Dominic nunca mais me amaria. Me enganei.
Ele correu até mim, tão rápido que nem o vi. Me abraçou por trás, estendeu a mão diante dos meus olhos, me mostrando a aliança, e sussurrou ao meu ouvido:
- Esqueceu isto. - Ele ainda estava um pouco nervoso.
- Você não tem mais motivos pra me amar. - Eu segurei meu choro.
- Claro que tenho, minha Emy. Você é o que dá sentido à minha vida, como eu não vou amar você? - Ele continuou abraçado em mim.
- Eu errei.
- Todos nós erramos e a culpa não foi sua, eu sei. - Ele beijou meu pescoço.
Fiquei arrepiada da cabeça aos pés.
- Vou voltar pra Transilvânia. Quer vir comigo? - Eu sussurrei.
Andrews vinha da cozinha, continuava lindo e perfeito como sempre fora.
- Estão pensando em voltar pra Transilvânia? - Ele disse rindo um pouco.
- Eu sim... - Olhei pra Dominic.
- Vou onde você for. - Ele sussurrou.
Eu ri baixo. Aquela tristeza não mais me afligia. Sorri um riso largo e feliz. Estar com Dominic era a melhor parte da minha vida. Mesmo que ele ainda estivesse zangado - o que eu sabia por que senti seu aperto forte nos meus braços - eu sabia que ele realmente me amava.
Ele me soltou e segurou minha mão fortemente. Meu braço ainda estava doendo. Puxei um pedaço da blusa até o ombro, de onde eu pude ver um hematoma, não muito marcado, mas já estava roxo.
- Desculpe. - Ele sussurrou, engolindo seco.
- Não... imagina. - Eu sorri, meio sem jeito.
- Eu te machuquei e estou pedindo desculpas. Você me perdoa? - Ele não olhou pra mim.
Eu sabia que, pelo tom de voz e pelo fato de não olhar para mim, ele queria meu sincero perdão.
- Eu te perdoo. - Eu disse sinceramente, mas com um pouco de pesar, por que a culpa não era dele.
Ele não sorriu, só me virou para ele e me beijou delicadamente.
- Ah, que lindo isso, gente. - Ângela riu.
Enquanto Dom me beijava, não resisti e ri. Ele riu também. Foi uma cena hilária. Quando notei, já estavam todos rindo.
- Obrigado, Andy. - Dominic encarou a irmã, sorrindo, que retribuiu a ironia com um beijo soprado.
- Ângela, eu ia te perguntar antes, mas me esqueci. - Eu me aproximei dela, correndo.
- Pergunte. - Ela sorriu.
- Como está... - Fui interrompida pela porta que se abriu.
- Alex! - Ela deu um pulo e correu em direção a ele.
- ... o Alex. - Eu continuei minha pergunta, rindo.
- Minha doce Andy. - Ele a beijou e a abraçou.
- Oi Alex. - Dominic o cumprimentou sério.
- Dominic. - Ele acenou positivamente com a cabeça uma vez só, também sério.
Estranhei a seriedade de ambos. Alexander soltou Andy, andou a passos lentos até Dominic e parou diante dele, sério. Comecei a ficar assustada e me aproximei de Andy, que escondia um sorriso no canto dos lábios.
- Ah, dá um abraço aqui, irmão! - Alex abraçou Dominic, que riu alegremente.
Suspirei, aliviada.
- Eles quase me mataram do coração. - Sussurrei quase inaudível para Ângela.
- Eles fazem isso quase sempre. - Ela sorriu.
- Meninos... - Eu sussurrei.
Andy riu e voltou pra perto do namorado.
- Oi Emy. - Alex sorriu e acenou para mim.
Acenei para ele. Dominic se aproximou de mim, passou uma mão por minha cintura e falou todo imponente:
- Essa aqui é minha noiva, não é mais a Emily. - Ele riu.
- Como assim?! - Alex escandalizou. - Ninguém me conta nada!
Eu ri do modo como ele falou.
- Vou casar com a mulher mais perfeita do mundo! - Ele gritou, mas não tão alto. - Olha a minha sorte!
Eu ri, tímida e corada. Ele virou meu rosto, suavemente, e me beijou os lábios. Eu os senti frios e amorosos sobre os meus. Perdi meu norte, perdi meu chão, perdi meu ar e quase perdi minha consciência.
- Dominic, se você casar com a mulher mais perfeita do mundo, vai cometer incesto. - Alex comentou, sério.
Dominic olhou para Alex, sério.
- Não sabe o que diz. - Ele continuou sério. - Não há nada mais perfeito do que essa deusa, que em breve chamarei de minha esposa. - Ele me olhou afetuosamente e acarinhou meu rosto com as mãos geladas.
- Bom... Se eu disser que Emily é a menina mais perfeita do mundo, vou acabar morrendo de qualquer maneira. - Ele riu.
- Entendi. - Andy deu o ar de sua graça. - Ou eu, ou Dominic mata você. Entendi. - Ela ficou séria.
Desviei o assunto rapidamente.
- Quando iremos? - Ele sabia do que eu estava falando.
- Você é quem sabe. - Ele me fitou docemente com seus olhos negros e sombrios.
- Hoje? - Sugeri.
- Se for sua vontade, sim. - Ele sussurrou.
Eu ri baixo.
- Vão pra onde? - Ângela disse com sua voz doce.
- Transilvânia. - Respondi. - Outra vez. - Complementei.
- Peguei trauma daquele lugar... depois de certas coisas. - Ela murmurou baixo.
- Coisas...? - Incentivei-a a prosseguir.
- Coisas. - Entendi que ela quis deixar por aquilo mesmo.
- Ok. - Me interrompi.
O silêncio tomou conta da sala até ser interrompido por Rose Mary fazendo escândalo quando me viu.
- Emily! - Ela me abraçou forte. - Como você cresceu!
- Pois é... eu cresci. - Eu disse desanimada.
Ela me largou rapidamente.
- Ei. você cresceu! - Ela se espantou, do mesmo jeito que a filha quando me viu. - Como isso é possível?!
- Perdi a transformação. Em parte. - Expliquei o que eu achava que estivesse acontecendo.
- Grande parte, então. - Ela falou suave. - Seu DNA é muito predominante.
- Nem parece que eu fui transformada. E se eu for mordida outra vez, provavelmente não vai durar muito tempo, fora a dor que eu vou sentir. - Eu agarrei meus braços.
Dominic começou a ficar incomodado; pude notar pela força com que cerrava os punhos.
- Vamos... mudar de assunto? - Ele sugeriu, falando baixo, os olhos apertados.
- Sugiro que, se vamos hoje pra Romênia, tenho que arrumar minhas coisas. - Eu murmurei.
- Eu levo você lá, você arruma suas coisas e vamos pro aeroporto. - Ele continuava sério, mas seu olhar era doce.
Assenti com a cabeça rapidamente. Nos despedimos dos que estavam ali e voltamos pra minha casa.
- Dominic... - Eu ia fazer uma pergunta boba, mas desisti.
- Por que eu te amo. - Ele respondeu; provavelmente lera meus pensamentos.
- Como é possível você me amar tanto assim à ponto de não desistir de mim? - Eu murmurei, abrindo a porta de minha casa.
- Você é a moça mais perfeita, adorável, majestosa e meiga que já existiu em todo o mundo. - Ele me interrompeu quando eu abri a porta.
Ele segurou suavemente as minhas mãos, olhou bem no fundo dos meus olhos e aproximou seu rosto do meu. Senti seu respirar sobre minhas pele. Ele riu baixo, entrelaçou os dedos sob meus cabelos, na nuca, e beijou minha testa.
- Eu te amo, Emily. - Ele murmurou.
- Eu te amo, Dominic. - Respondi abrindo lentamente os olhos.
Eu ri baixo e adentrei minha casa. Dominic me seguiu e se sentou no sofá.
- Me espera aqui. - Eu o encarei maliciosamente.
- Não conte com isso... - Ele me olhou; o sorriso nos seus lábios era tão malicioso quanto o meu.
- Por que? - Eu voltei e me sentei sobre suas pernas, mantendo meu tom malicioso.
- Por que? - Ele riu. - Por que eu não posso ficar aqui embaixo, sendo que tem um anjo me esperando lá em cima. - Ele sussurrou beijando meu pescoço bem lentamente.
Minha vontade era me entregar, mas ainda não estava na hora, e eu sabia disso.
- Emy... - Ele se interrompeu, afastando-se devagar. - Suba. Vá arrumar suas coisas. - Ele baixou os olhos.
Mordi o lábio inferior e baixei meu olhar. Dominic segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou intensamente. Me inclinei pra trás, acidentalmente, e caí. Ele caiu por cima de mim. Eu ri.
- Me desculpe. - Dominic estava sem jeito.
Ele me ajudou a levantar; subi as escadas e arrumei minhas coisas. Minhas malas totalizaram duas, nada muito exagerado.


Continua...

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