quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sexta-feira, 3 de fevereiro Pt. 4

Dominic o levou para minha casa e o deitou no sofá, ainda inconsciente.
- Você vai ter que fazer isso. - Ele estava sério.
- Não! Eu não posso! - Cobri a boca. - Não vou conseguir parar. - Sussurrei.
Ele silenciou, fixou os olhos no chão.
- É seu... - Ele se levantou e saiu.
Sentei-me ao lado do garoto, morto, eu imagino. Levantei-me novamente, andei de um lado para o outro, suspirei.
- Tudo bem... Emy, fica calma. Você consegue. - Eu murmurei para mim mesma.
Sentei-me novamente ao lado do garoto, peguei seu pulso e o mordi. Seu sangue era doce; quanto mais eu o bebia, mais vontade tinha de beber. Senti um toque leve em meu ombro. Soltei o braço do menino e escondi a face.
- O que foi que eu fiz... - Eu murmurei em meio às lágrimas.
- Seguiu seu instinto. - Ele falou baixo.
Olhei para minhas mãos ensanguentadas, corri até o banheiro e me lavei. Me sentei no chão do banheiro e me escorei na parede. Dominic subiu e se sentou ao meu lado.
- O que está acontecendo? - Ele falou doce, porém sério.
- Eu não sei. - Eu o abracei forte.
Ele me afastou dele, olhou bem no fundo dos meus olhos e disse:
- Não posso mais confiar em você. - E sumiu no vento.

Acordei atordoada, deitada no gramado verde novamente. Me levantei e procurei Dominic. Ele estava escorado em uma árvore, na sombra, me observando.
- Você demorou pra acordar, Emy. - Ele sorriu gentilmente
- Que horas são? - Eu murmurei.
Ele olhou para o relógio no pulso.
- Dezoito horas, trinta e sete minutos e três segundos. - Ele sorriu escancaradamente.
- Minha nossa... - Pus a mão na cabeça. - Tive outro pesadelo. Mas esse foi... tão real.
- Pense nele outra vez, vou ver o que aconteceu.
Me aproximei dele e revi a cada pedaço do meu sonho ruim. Dominic estava concentrado. De vez em quando arregalava os olhos, espantado.
- Nossa... Isso nunca aconteceria! Eu jamais te abandonaria numa hora dessas! Esse seria o momento em que você mais precisaria de mim! - Ele Me abraçou forte.
- Dominic, me ajuda! Eu estou me sentindo um monstro! Por favor, não deixa eu ser assim! - Eu chorei.
- Fique calma, minha Emy. - Ele me segurou fortemente em seus braços.
Esperamos o sol se por por completo para voltarmos pra casa. A lua não deu seu brilho aquela noite, o céu estava coberto de cinza. Íamos andando vagarosamente, ouvindo os trovões que estremeciam o chão e observando os raios que cortavam o céu escuro revelando a densa camada de nuvens.
Na metade do caminho, a chuva deu o ar de sua graça. Caia sobre nós como agulhinhas bem fininhas, mas sem machucar. O vento começava a ficar cada vez mais frio. Dominic me cedeu seu casaco, por que só o meu não era suficiente.
Chegamos diante da minha casa, escura.
- Tem alguém aí... - Dominic sussurrou e passou um braço ao redor de minha cintura.
- Derick? - Supus.
- Exato. - Ele me apertou mais ainda contra seu corpo.
- Pode ficar calmo. Ele não fará nada que possa me ferir. - Eu sorri de leve para ele.
Ele me soltou e eu abri a porta, que já estava destrancada.
- Emily? - Eu escutei a voz familiar de Derick.
- Derick? - Perguntei pra confirmar.
- Emy! - Ele veio até mim e me abraçou forte. - Como você cresceu! Está... tão linda. - Ele fixou seus olhos, agora alaranjados, nos meus.
- Olá, Derick. - Dominic enfatizou sua presença.
- Dominic. - Derick o cumprimentou friamente.
- Pois é... - Eu disse meio sem jeito. - Eu cresci. - Corei de leve.
- Espera. Tem algo errado aqui. Você realmente cresceu. O que aconteceu? Pensei que Roney tinha transformado você! - Ele estava espantando.
- Mesticismo. Sou metade vampira, metade humana. Ainda resta uma Emily aqui. - Eu ri baixo.
- Que bom. É dessa Emily que eu senti falta. - Ele me olhou docemente e sorriu.
Sorri de volta para ele. Dominic puxou-me pelo braço.
- Derick, será que você poderia, por favor, sair daqui? - Dominic estava nervoso. - Eu realmente não queria ser chato, mas não aguento conviver com você em um mesmo lugar.
- Quer que eu vá, Emy? - Derick me olhou com aqueles olhos persuasivos que ele sempre teve, desde que o vi.
- Tira esses olhos dela, Derick! Deixe-a pensar por si! - Dominic brigou com ele.
A luz se apagou. Um momento inoportuno para uma queda de luz.
- Acho melhor eu ir mesmo. - Derick saiu pela porta e sumiu.
Fiquei tentando entender aquela cena, mas desisti quando vi que nada fazia sentido.
- Emily, me desculpe. Eu... - Ele tentou se explicar.
- Tudo bem. Na verdade, nem sei o que ele estava fazendo aqui. - Eu ri baixo.
Ele sorriu. Acarinhou de leve o meu rosto, beijou minha testa, depois meus lábios e, em seguida, meu pescoço. Me arrepiei toda. Beijei-o também, ele se encolheu e riu baixo. Me pegou nos braços com muita facilidade e me levou até meu quarto. Me pôs suavemente sobre a cama e se sentou ao meu lado.
- Você é perfeita. - Ele me fitou com aqueles olhos doces de sempre.
- Obrigada. - Eu beijei seu rosto delicadamente.
Ele fechou os olhos e suspirou. Deitei-me na cama, encarando o teto. Ele se deitou ao meu lado.
- Emy... - Ele me chamou.
Eu me virei para ele e ele me beijou delicadamente. Aquela era a primeira vez que estar perto dele me deu calor. Tirei o casaco e joguei em um canto do quarto. Ele roçou o nariz em meu pescoço.
- Eu te amo... - Ele sussurrou.
Eu ri baixo e o beijei. Ele se sentou na cama e me prendeu entre os braços e minha cama. Aproximou vagarosamente seu rosto do meu e me beijou intensamente. Levantei-me um pouco e puxei seu casaco. Atirei-o junto ao meu. Ele se afastou rapidamente de mim e riu baixo.
- Me desculpe. - Ele murmurou.
- Imagina... - Eu ri.
- Quer comer alguma coisa? - Ele murmurou, deitando-se ao meu lado novamente.
- Não. Tudo o que eu quero está aqui. - Eu murmurei.

Ficamos conversando por toda a noite; até que eu dormi.
Naquela noite, Dominic estava deitado ao meu lado. nenhum pesadelo se arriscava a se aproximar de nós.

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