terça-feira, 17 de abril de 2012

Sábado, 4 de fevereiro Pt. 5

Me levantei do balcão, peguei o prato e o larguei na pia. Senti aquele abraço apertado e aquela respiração no pescoço que me deixava maluca.
- Você é a moça mais perfeita do mundo. - Ele substituiu os espaços entre as palavras por beijos e mordidas sobre minha pele.
Meus braços se arrepiaram, ele riu.
- Você ainda me fará perder o controle... - Eu murmurei.
- Achei que você já o tinha perdido hoje. - Ele riu.
- E agradeço por encontrá-lo novamente. - Eu me virei para ele e o abracei.
Ele riu baixinho, beijou minha bochecha e me soltou.

Depois de alguns longos segundos trocando olhares, ele se aproximou cada vez mais da minha boca; aquele sorriso malicioso me hipnotizava. Quando estávamos prestes a nós beijar, Ângela apareceu.
 - Oi! Atrapalho vocês? – Ela disse me abraçando.
Andy continuava linda como eu lembrava dela, depois de tanto tempo que não nos víamos.
- Claro que não. - Eu ri. - Não estávamos fazendo nada não é Dominic ? – Eu disse olhando em seus olhos.
 - Sim, é verdade. Estávamos só... conversando. - Ele fixou seus olhos nos meus.
Andy deu um leve riso, perfeita, como ela sempre foi.
- Me diz, Emily. Como você está? Há que tempos não nos falamos. - Ela me soltou.
- Eu estou bem, Ângela. - Eu sorri. - Daqui há alguns tempos farei parte oficial de sua família. - Eu olhei para Dominic e voltei a olhar para ela.
- Como... - Ela escancarou a boca e por fim entendeu.
Ela deu um grito histérico e me abraçou forte.
- Minha nova irmãzinha! - Ela falou, sua voz era perfeita e doce.
Eu ri alegremente. Encarei o relógio: eram 11:45. O tempo passava, eu nem sequer notava.
- Não vou mais estorvar vocês. - Ângela sorriu discretamente.
- Vou com você, Andy. Já está na minha hora. - Ele baixou os olhos.
- Tudo bem. - Suspirei.
Ele segurou carinhosamente minhas mãos e me olhou nos olhos.
- Assim que pensar, estarei aqui. - Ele beijou minha testa e, depois, meus lábios.
Sorri ao sentir seus lábios frios sobre minha pele.
- Eu te amo. - Ele sussurrou lentamente sobre meu pescoço.
Suspirei, tímida. Ele se afastou de mim e saiu, acompanhando a irmã. Esperei até que eles se fossem. Depois subi as escadas até meu quarto, abri meu roupeiro e comecei a revirá-lo. Encontrei uma das minhas memórias dentro de uma caixa. Meu caderno de desenhos estava intacto, os traços do lápis estavam um pouco mais apagados, mas ainda se via os desenhos.
Sentei-me no chão e comecei a folhar o caderno. Havia alguns desenhos do Transilvânia Hotel, o lugar onde minha vida realmente começou. Eu comecei a olhar para os desenhos onde eu aparecia. Meus traços ainda eram infantis. Eu realmente havia crescido.
O telefone tocou na cozinha. Levantei-me rapidamente, com o caderno na mão, e desci as escadas. Atendi o telefone.
- Alô?
- Emy! Como você está, minha bela? - Era meu pai.
- Papai! Que saudades! Eu estou bem e você, como está? - Fiquei muito feliz em ouvir a voz do meu pai.
- Ah, eu estou bem, obrigado. E como andam as coisas por aí? - Ele estava meio rouco.
- Ótimas. - Eu respondi alegre. - Ah, pai, a mamãe está aí? - Eu estava ansiosa pra contas as novidades.
- Sim, ela está. Quer falar com ela?
- Por favor. - Me animei.
Esperei alguns instantes até que a ligação fosse passada a mamãe.
- Emy? - Ela disse baixinho.
- Mamãe! - Eu quase chorei. - Tenho uma coisa pra te contar! - Eu estava quase infartando.
- Pois diga, minha Emy! - Ela também estava ansiosa.
- Dominic me pediu em noivado! - Eu segurei um grito na garganta.
- Oh meu Deus! - Minha mãe ficou espantada. - E você disse que sim? - Ela queria saber de tudo.
- Sim! Eu disse sim! - Comecei a pular feito uma criança.
Ficamos mais um bom tempo conversando, até que o pôr-do-sol chegou. Me despedi da minha mãe, desliguei o telefone e resolvi ficar bonita pra mim - e pra Dominic, caso ele resolvesse voltar.
Tomei um banho relaxante, com a água bem quente. Arrumei meus cabelos e pus uma roupa bonita. Fiz uma maquiagem que combinasse com minha roupa e eu estava pronta.
Quando terminei de me arrumar, eram 20:22.
Deitei-me na minha cama e um vulto pulou minha janela.
- Pensei que viria mais tarde, Dominic. - Eu disse, de olhos fechados e deitada.
Senti um respirar perto dos lábios e abri os olhos para admirar àquela perfeição. Fui surpreendida por um beijo de alguém que eu, realmente, não esperava.
Me levantei rapidamente da cama e me escorei na parede, tentando me manter o mais longe possível de Derick.
- O que você está fazendo aqui?! - Eu estava apavorada.
- Não resisti à esse rosto perfeito e esses lábios doces. - Ele, num movimento invisível, me prendeu entre seu corpo e a parede.
Ele segurou meu rosto e me beijou novamente. De súbito, ele sumiu da minha frente. Dominic o estava segurando fortemente contra o chão, que estava a ponto de se quebrar. Derick ficou enfurecido, se levantou e chocou Dominic contra a parede. Ele caiu no chão e ficou meio zonzo.
- Desgraçado! Vai embora daqui antes que eu acabe com a sua existência! - Dominic agarrou Derick pelo pescoço e o chocou contra uma parede, mas sem soltá-lo.
Fez isso por três vezes até que Derick o chutou, obrigando-o a soltá-lo.
- Se me der licença, tenho que ir. O que eu tinha pra fazer, eu já fiz. - Derick estava muito cansado, mas continuava agressivo.
Dominic continuava atirado no chão, totalmente derrotado. Derick sumiu no breu.
Corri até Dominic, me ajoelhei diante dele; seus olhos estavam fixos no chão, cheios de lágrimas. Nunca o tinha visto daquele jeito.
- Você está bem? - Eu sussurrei.
Ele me encarou, sério, choroso, levantou-se vagarosamente e sumiu, sem dizer uma única palavra. Estava começando a ser derrotada pelo sono. Me sentei na cama e ouvi em minha mente: "durma". Dito e feito. Dormi.

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