domingo, 1 de abril de 2012

Sábado, 27 de abril

Abri os olhos, pela manhã. Dominic ainda estava ao meu lado, de olhos fechados.
— Está dormindo? – Sussurrei.
— Não. Só queria ver o que você sentia enquanto estava de olhos fechados. – Ele ainda estava com os olhos cerrados.
— Bom dia. – Murmurei e beijei seu pescoço.
Ele suspirou e rosnou baixo.
— Você me deixa doido. – Ele disse, os olhos espremidos.
— Desculpa. – Me encolhi.
— Isso é fantástico. – Ele sorriu, ousado, e beijou minha testa.
Eu ri e nos levantamos simultaneamente.
— Se quiser ficar aí, pode ficar. Se quiser descer, não sei. Faça o que quiser. Sinta-se à vontade.
— Tudo bem. – Ele sorriu.
— Vou tomar banho. É rápido. – Eu sorri para ele.
— Não tenha pressa. São 05h30min. – Ele continuou sorrindo.
— Ainda tenho uma hora. – Eu ri e entrei no banheiro.
Me despi rapidamente, ficando só de peças íntimas. Liguei o registro do chuveiro e molhei o rosto. Olhei através da cortina translúcida do banheiro.
— Droga. Esqueci a toalha. – Murmurei. — Dominic, por favor, pegue minha toalha? Está dentro do guarda-roupa. Uma rosa. – Gritei do banheiro.
— Tudo bem. – Ouvi sua resposta do lado de fora do banheiro.
Ele bateu na porta.
— Entra.
Ele colocou somente a mão pra dentro do banheiro.
Eu ri.
— Entra logo! A cortina só é transparente do meu pescoço pra cima! – Expliquei.
— Ah. Tudo bem. – Ele estava sem jeito.
— Pendure nesse porta-toalhas, ali, atrás da porta. – Apontei.
Ele fez o que eu pedi e sorriu pra mim. Sorri para ele de volta.
— Obrigada.
— Disponha. – Ele estava fixo em mim.
Piscou algumas vezes e saiu rapidamente dali. Eu ri baixo e corei. Terminei de tomar banho, me sequei e me enrolei na toalha. Ia saindo naturalmente pela porta. Dominic estava sentado na minha cama, os olhos fixos à frente, as mãos cobrindo a boca. Ele parecia tenso.
— Você está bem? – Eu peguei minhas roupas de dentro do roupeiro.
Ele hesitou.
— Estou. – Ele disse baixo. — Só fiquei meio… zonzo com… você. – Ele estava sem jeito, mas não mudara as feições.
— Comigo? – Estranhei.
— Quando for se vestir eu cubro os olhos e viro pro outro lado, mas não se olhe no espelho, por favor. – Ele estava nervoso.
— Por quê? – Eu segurava firme minha toalha.
— Por que se você vir seu reflexo vai pensar na imagem que viu. Se pensar na imagem que viu, eu vou ver a imagem que viu. – Ele falava rapidamente.
— Ah, entendi. – Ainda estava meio perdida.
— Agradeço. – Ele se virou de costas para mim e cobriu os olhos com meu travesseiro.
Meio desconcertada, soltei a toalha e vesti minhas peças íntimas. Inconscientemente olhei para o espelho. Vi um fio solto na parte do lado da minha calcinha e puxei. Olhei pra mim, refletida no espelho, pra ver se não havia mais nada. Só depois me lembrei do que Dominic dissera.
— O que foi que eu disse pra você, Emily! – Ele murmurou, o som da voz dele era abafado pelo travesseiro.
— Desculpa. – Me vesti rapidamente. — Pode olhar agora. – Murmurei, quase inaudível.
Ele afastou o rosto do travesseiro e ficou sentado na cama, imóvel, ficado em um ponto só.
— Você… é linda. – Ele suspirou.
— Obrigada. – Corei.
— Muito linda. – Ele continuava com os olhos fixos em um ponto só. — Desculpe, Emily. Seu corpo é irresistível. – Ele se levantou, desnorteado, e se escorou em uma parede.
— Ahm… – Suspirei. — Me desculpe. É que tinha um fio solto… – Comecei a explicar.
— Eu sei, eu sei. Fique tranquila. – Ele se aproximou de mim.
Não sei por que ele estava tão atordoado com meu corpo. Parecia que ele tinha visto uma coisa horrível!
— Você tem as formas mais perfeitas que já… vi. – Ele murmurou e deslizou uma das mãos por minhas costas, descendo por minha cintura.
— Valeu… – Eu ri baixo.
Ele me fitou. Eu o encarei nos olhos. Não resisti àquele olhar divinamente perfeito! Agarrei-me ao seu pescoço e o beijei delicadamente. Ele estava agarrado na minha cintura, a ponto de me esmagar, mas eu não ligava. Não ligava até começar a ficar sem ar. Ele sentiu que minha respiração não estava correta e me soltou bruscamente.
— Me desculpe. – Ele estava rígido.
— Não foi nada demais. – Aproximei-me dele novamente.
Ele escorou a testa na minha e fechou os olhos. Eu estava meio sem graça, ainda rubra. Ele segurou meu rosto entre as mãos gélidas e suaves. Aproximou seus lábios dos meus, senti sua respiração desacertada, aproximei-me vagarosamente de seus lábios.
— Shh. Fique parada. Só quero sentir você. – Ele sibilou.
— Sentiria melhor se me beijasse. – Murmurei.
— Fique quietinha. – Ele suspirou.
Fiquei parada, imóvel como uma estátua. Ele beijou meus lábios bem de leve e desceu pro meu pescoço. Me arrepiei ao sentir sua respiração sobre minha pele. Ele me deu uma pequena mordida sobre o pescoço, mas sem cravar as presas. Pude sentir seus dentes me arranhando de leve. Murmurei baixo. Ele não ligou; continuou beijando meu pescoço, bem de leve.
— Você tá me deixando maluca… – Sussurrei.
— Que bom… – Ele riu sobre minha pele.
— Você é terrível. – Eu ri e mordi forte sua orelha.
Ele rosnou, meio alto pra ser brincadeira, e se afastou velozmente de mim.
— Desculpa. – Arregalei meus olhos.
Ele me encarou sério e se sentou na cama. Me sentei ao seu lado. Quando abri a boca pra falar, meu despertador me interrompeu. Suspirei e tranquei o irritante despertador.
— Vá tomar seu café da manhã. Seus pais estão acordando. Me encontre na escola. – Ele se levantou da cama, sério.
Corri até ele, parei diante daquele corpo magnífico, séria, sem reação.
— Se cuida, viu… – Murmurei.
Ele sorriu de leve e assentiu com a cabeça. Abracei-o forte. Quando me afastei, ele me roubou um beijo rápido e leve.
— Amo você. – Ele sussurrou sobre minha boca.
— Eu também. – Beijei-o novamente.
Quando abri os olhos ele já não estava mais lá. Suspirei profundamente e desci as escadas correndo.
Minha mãe já estava de pé.
— Bom dia, mãe. – Beijei-a no rosto.
— Bom dia, filha. Dormiu bem? – Ela me alcançou uma tigela de cereal.
— Maravilhosamente bem. – Eu sorri alegremente.
— Que bom!
— E você, dormiu bem? – Engoli uma colherada de cereal e perguntei.
— Ótima. – Ela se encolheu.
— É hoje, não é… – Me lembrei da mudança.
— É sim. Vamos terminar de encaixotar as coisas do nosso quarto e outras coisas. O resto fica pra você aqui. – Ela explicou.
— E que horas vocês vão? – Parei de comer.
— Às vinte horas de hoje. Vou pegar um voo pra Ohio, o caminhão vai levar seu pai, vai chegar lá junto comigo, praticamente.
— Desde já desejo boa viagem, mãe. Por que agora eu tenho que sair. Intensivo da semana. – Eu ri e beijei-a no rosto, corri pro banheiro, escovei os dentes, peguei minha mochila e sai de casa.
Cheguei na escola, Dominic me esperava no portão enquanto conversava com Ângela. Ele estava sério e ela sorria sem parar.
— O que foi, Ângela? Está tão… radiosa. – Eu sorri torto.
— Ah, nada de mais. Só fiquei sabendo de umas coisas muito interessantes, sabe. – Ela me cutucou.
Pensei por um tempo. Abri a boca pra confirmar minha tese, mas fui interrompida.
— Isso mesmo. Contei a ela. – Ele pôs as mãos no bolso do casaco, sério.
— Ai, minha nossa… – Cobri o rosto com uma mão.
— Nada de “ai, minha nossa”! Temos que conversar depois.
— Conversem agora. – Dominic deu os ombros e se afastou de nós.
— Ele tá bravo? – Eu o encarei enquanto se afastava.
— Está se sentindo culpado por… aquele negócio do espelho. – Ela ficou meio sem jeito.
— Ah. Mas eu já disse que não foi nada. – Dei de ombros.
— Ah, sabe como ele é. Tem um pouco de dificuldade de se perdoar. – Ela revirou os olhos. — Mas enfim, em conta! Como é que foi? – Ela estava ansiosa.
— Ah, foi… foi legal. – Eu corei.
— Para! Foi muito mais que isso! Fala! – Ela me cutucou.
— Ok. Vou começar por ontem, pode ser?
— Sim, sim.
— Bem… Depois que você saiu de lá… o Derick retirou a ameaça que fez contra mim, por que você já sabia de tudo. O Dominic entrou no quarto, ficou bravo por que o Derick estava lá. O Derick começou a… sei lá, dar em cima de mim. E ele conseguiu enganar o Dominic, dizendo que eu não o amava e que só o estava enganando. Dominic saiu, Derick pediu desculpas por exagerar… – Eu hesitei em continuar.
Olhei para Dominic, que estava nervoso, lendo meus pensamentos.
— Continua, vai. – Ângela me incentivou.
— O Derick foi embora, eu chamei o Dominic… ele não me respondeu. – Cerrei o punho direito sobre o colo. — Só depois. E… Ele perguntou se eu amava o Derick. Deixei bem claro que não, que só amava a ele. – Eu hesitei. — O resto você sabe.
— Eu sei, mas quero ouvir de você! – Ela quase implorou.
— Tudo bem… Ele me abraçou e me beijou… e eu senti que cada vez mais o amava. E que ele me amava muito também. – Suspirei e sorri. — Quase morri…
— Quase morreu? – Ângela murmurou.
— Sim. Eu o segurei na cama e o beijei, meio a força, ele começou a se agitar e eu me afastei dele. Se eu continuasse, ele podia me matar.
— Nossa… Essa parte ele não tinha me contado. – Ela olhou rapidamente para o irmão. — Tá, mas e hoje, pela manhã? – Ela estava afoita outra vez.
— Ah, hoje pela manhã… – Suspirei. — Eu acordei, ele estava ao meu lado. Beijei o pescoço dele e ele disse que eu o deixava louco! – Eu ri.
— Segredo de amiga, Emy: O pescoço é a parte mais sensível dele. – Ela piscou.
Olhei para ele, ele riu.
— Fui tomar banho, pedi pra ele me alcançar a toalha, ele ficou meio desnorteado quando me viu. Mas foi só do pescoço pra cima.
— Hmm, e aí?
— Saí do banho, ele estava sentado na cama, muito tenso. Perguntei o que tinha acontecido, ele disse que ficou meio pasmo comigo. Depois pediu pra eu não olhar no espelho. Tinha um fiozinho solto na minha calcinha, eu olhei no espelho, procurando outro. – Dei de ombros.
— O início da confusão. – Ângela deduziu.
— Exatamente. Mas depois que eu me vesti… ele me beijou de uma forma tão… intensa e… vivaz, sabe… – Tentei descrever a sensação que senti.
Ela me olhava sorrindo.
— Foi… maravilhoso. – Eu enrubesci e sorri.
— Ele é um ótimo garoto… Tem sorte de gostar de você. – Ela sorriu.
— Com certeza eu tenho, sim. – Sorri. — Mas e você? O que vai fazer quanto ao Derick?
— Eu? Nada. Não gosto dele. – Ela fitou o vazio.
— Ah não, é? – Eu sorri maliciosamente.
— Ok! Depois de ontem… não foi mais a mesma coisa, mas… eu acho que não gosto dele quanto gosto de… outro garoto. – Ela sussurrou.
— Alexander. – Sorri.
— Como sabe? – Ela arregalou os olhos prateados.
— Derick disse pra mim que não gostava de te ver com ele. Vocês estavam muito… juntinhos. – Eu ri.
— Idiota… – Ela grunhiu baixo.
O sinal tocou, Dominic caminhou até nós.
— Já? – Ele disse, meio sem jeito e nervoso.
— Já. – Eu o fitei nos olhos e sorri.
Ele sorriu torto. Entramos na sala, assistimos as aulas, intervalo, aulas novamente e o fim.
— Leve a Emily pra casa. Tenho que caçar – Ângela estava apressada.
Dominic assentiu com a cabeça apenas uma vez. Ela correu e não mais a vi.
— Vamos? – Ele entrelaçou os dedos nos meus.
Sorri, tímida.
— Gostou mesmo de… quando beijei você? – Ele sussurrou, me fitando curioso.
— Muito. Nunca senti nada parecido. – Só de me lembrar daquele veludo sobre meus lábios me arrepiei.
Ele riu baixo e mordeu o lábio inferior. Eu o fitei.
— Meus pais vão se mudar hoje. – Quebrei o silêncio.
— Não sei se lamento ou não… – Ele riu.
— Não precisa. – Eu ri baixo. — Pode ajudar minha mãe com a mudança? Vai ajudar nos pontos que você tem que ter com ela pra ela ficar feliz. – Eu ri.
— Ajudo, sim. – Ele riu e beijou minha testa.
Chegamos na frente da minha casa.
— Mãe? – Chamei.
— Aqui em cima, Emy. – Ela gritou do quarto dela.
— Vem. – Puxei Dominic pela mão.
Subimos as escadas.
— Olá senhora Anders. – Ele sorriu, gentil.
— Oi Dominic. – Minha mãe tentava pegar uma caixa;
— Deixe-me ajudar com isso. – Ele levantou a caixa com facilidade.
— Obrigada. Pode pôr lá embaixo, perto da porta. – Ela apontou.
— Sim, senhora. – Ele desceu rapidamente as escadas.
Eu sorri e peguei uma caixa um pouco menor. Levei para o andar de baixo, ao lado da caixa que Dominic levou e outras caixas mais.
— Acho que eram somente essas. – Minha mãe contou com o indicador. — Obrigada, Dominic. – Minha mãe sorriu espontaneamente.
— Disponha, senhora Anders. Estou aqui para ajudar. – Ele sorriu, lindamente.
— Está ganhando pontos comigo, garoto. – Minha mãe piscou para ele.
Ele riu alto.
— Que bom. Só quero agradar minha sogra! – Ele riu.
— Dominic! – Eu cutuquei o braço dele.
Rimos os três. Meu pai entrou pela porta.
— Lisa o caminhão já chegou. – Ele gritou. — Olá Dominic. – Ele apertou firme a mão gelada dele.
— Senhor Anders. – Ele assentiu uma vez com a cabeça.
— Emily, me ajude com essas caixas aqui. – Ele pegou uma caixa.
Quando fui pegar uma caixa, Dominic me puxou de volta.
— Deixa isso. Não quero que machuque essas mãos tão delicadas. – Ele pegou a caixa que eu ia pegar.
— Obrigada. – Sorri.
Logo, as caixas estavam todas no caminhão.
Olhei através da janela, meu pai e Dominic conversavam distraidamente.
— Pensei que fosse menos coisa. – Meu pai olhos as caixas no caminhão.
— As aparências enganam. Principalmente os móveis da casa. – Ele riu.
Meu pai riu também. Os dois entraram, sentei no sofá rapidamente. Dominic provavelmente já sabia que eu estava espionando, mas meu pai não. Queria que ficasse por isso mesmo.
Dominic se sentou ao meu lado e segurou minha mão, os dedos entrelaçados nos meus.
— Quer almoçar, Dominic? – Minha mãe chamou da cozinha.
Olhei para ele, admirada e sorrindo. Ele riu baixo.
— Não, obrigado, senhora Anders. – Ele gritou para ela.
— Tudo bem. Venha Emily. Já está tudo pronto e seu pai tem que sair logo. – Ela me chamou.
— Eu já vou indo. – Dominic se levantou.
— Mas você volta, não é? – Me levantei rapidamente.
— Claro que volto. – Ele sorriu e me abraçou.
Ficamos nos olhando por alguns instantes. Ele baixou a cabeça e sorriu. Sorri também e beijei seu rosto rapidamente.
— Até mais tarde. – Ele piscou para mim.
Acenei sorrindo. Andei até a cozinha e me sentei no meu lugar. Servi a comida no prato e fui comendo.
— Emily. Esse garoto está tentando ganhar minha confiança, não é? – Minha mãe riu.
— Ué, não é isso que você queria? – Eu sorri.
— Eu gosto dele. Ele é um garoto bem-humorado, parece ser pontual, de bom parecer. – Meu pai fez sua avaliação.
— Estou começando a gostar desse menino. – Minha mãe sorriu.
— Que ótimo! Fico realmente feliz. – Eu sorri.
Terminamos de almoçar. Depois de tudo limpo e guardado, meu pai tinha que ir.
— Faça uma boa viagem, querido. – Minha mãe beijou de leve meu pai.
— Cuidem-se, minhas preciosas amadas. – Ele abraçou minha mãe e depois eu.
— Boa viagem, pai! Vê se não apronta, hein. – Eu ri.
— Pode deixar, Emily. Se precisarem me liguem. – Ele sorriu e entrou no caminhão.
Acenamos enquanto ele se afastava. Olhei para minha mãe, ela estava chorando.
— Ah, mãe. Não fique assim! Vai ver ele logo! – Eu a abracei.
— Eu sei, filha. Só não vou ver você tão cedo. – Ela me abraçou forte.
— Eu ligo, mamãe. Pode deixar. Vou ficar bem. – Eu a abracei bem forte também.
— Vou sentir tanta saudade, filha… – Ela me fitou nos olhos, cheia de lágrimas.
— Eu também, mamãe! – Comecei a chorar e a abracei.
Depois de alguns minutos, entramos pra dentro de casa. Eram 14h38min quando olhei no relógio. Subi as escadas, me sentei na minha cama. Pensei em como sentiria falta da minha mãe, pensei na minha vida, sozinha em casa; pensei que, quando eu acordasse não veria minha mãe, nem meu pai, mas podia ver Dominic, se ele estivesse aqui.
— Com certeza estarei com você. – Ele apareceu na janela.
— Ai! Que susto. – Eu ri. — Vai mesmo ficar comigo aqui? – Me levantei e andei até ele.
Ele se aproximou mais de mim.
— É claro que vou. Quando você aceitou namorar comigo, assumiu um compromisso sério. E eu também. – Ele sorriu. — Eu só esqueci de um detalhe pequenininho.
— Que detalhe? – Eu o fitei.
Ele se ajoelhou diante de mim e pegou minha mão.
— Emily Diana Anders, prometo te amar, te respeitar e cuidar de você pra sempre ou enquanto eu existir. Me daria a honra de namorar comigo? – Ele tirou uma caixinha vermelha e a abriu.
Havia uma aliança de compromisso, linda e dourada.
Arregalei os olhos.
Claro que sim! – Eu sorri.
Ele pôs o anel no meu dedo e se levantou. Olhei-o nos olhos e o abracei forte.
— Eu te amo, Dominic! – Sussurrei.
— Não tanto quanto eu amo você, eu já disse. – Ele murmurou no meu ouvido.
Afastei-me um pouco dele. Ele me fitou com um sorriso doce nos lábios perfeitos, que se aproximavam dos meus.
— Amo você… – Ele sussurrou sobre meus lábios e me beijou delicadamente.
Afaguei seu pescoço com meu nariz e o beijei. Ele se encolheu.
— Ângela te contou meu ponto fraco. – Ele riu.
— Não precisava de muito pra descobrir. – Continuei beijando seu pescoço.
— Ahm… Emy… – Ele murmurou, encolhendo-se.
— Hmm? – Continuei beijando seu pescoço.
— Esqueça. – Ele me segurou no colo e me jogou em cima da cama.
Eu ri. Puxei-o pela mão e o beijei profundamente. Ele afastou o rosto de mim e beijou meu pescoço e foi descendo até minha clavícula esquerda. Ele parou e pousou os lábios sobre meu queixo.
— Sua mãe. Tenho que ir. Pensa que eu já fui. – Ele levantou rapidamente.
Levantei-me rápido também e ajeitei os cabelos desgrenhados.
— Tudo bem, vá. – Beijei-o rapidamente.
Ele sumiu pela janela. Minha mãe entrou no quarto.
— Emily, viu meus brincos de argola? – Ela se sentou na cama. — Procurei por tudo e não achei.
— Ah, desculpa, mãe. Peguei e não avisei. – Peguei os brincos no porta-joias e dei a ela.
— Obrigada. O que é isso no seu pescoço? – Ela olhou com olhos apertados.
— Isso? Isso o que? – Olhei no espelho. — Ah! Isso. É que estava coçando muito. Passei as unhas e ficou assim. – Dei de ombros.
— Ah. Obrigada pelos brincos. – Ela sorriu e saiu.
Sorri para ela. Quando a porta fechou suspirei e me joguei na cama. Dominic entrou pela janela.
— Quase que ela me pega. – Eu ri.
— Não vi que tinha marcado. Desculpe. – Ele deslizou o polegar sobre meu pescoço, sobre a mancha escura.
— Nem eu. – Me levantei devagar.
Ele se sentou ao meu lado. Deitei-me em suas pernas. Ele fixou os olhos em mim por alguns instantes e riu.
— O que foi? – Eu ri também.
— Nada… Você é linda. Linda mesmo. – Ele me afagou o rosto.
Me levantei e beijei seu queixo.
— Você é mais. – Mordi o lábio inferior.
Ele sorriu torto e me fitou.
— O que não gosta que eu faça? – Perguntei curiosa.
— Hmm… Não gosto quando você não existe, quando não me ama, mas continuo te amando, mesmo que você não me ame. – Ele riu.
— É sério. – Eu ri.
— Ok. Não gosto… quando você está distante de mim, não gosto quando está longe de mim e perto de gente em quem eu não confio. – Ele fechou a face.
— Entendi. – Fiquei sem jeito.
— E você? O que não gosta que eu faça? – Ele se escorou na parede, sentei-me entre suas pernas.
— Não gosto quando você diz… que vai morrer, não gosto quando você… vem pra cima de mim pra me matar ou ao menos parece que é pra me matar. – Estremeci.
— Me desculpe. Perto de você… eu viro um… uma fera. – Ele engoliu seco.
— Mas em compensação… gosto do seu jeito feroz… gosto do seu olhar prateado quando olha pra mim daquele jeito. – Lembrei-me da primeira vez que cruzei meu olhar com o dele.
— Você estava tão linda… – Ele sorriu.
— Você estava majestosamente magnífico enquanto tocava… – Sorri para ele. — Falar em tocar, não vi mais você tocar. – Virei-me para ele.
— Não tive muito tempo esses dias… Estive ocupado aproveitando a melhor parte da minha vida. – Ele afagou meu rosto.
— Gostaria de te ver tocar outra vez. – Baixei a cabeça e sorri.
— Se aceitar ir à minha casa hoje à noite, me verá tocar. – Ele sorriu, imponente.
— Tudo bem. – Eu hesitei.
— Só vá se realmente quiser ir, tudo bem? – Ele me abraçou.
— Eu quero ir, só… não sei se devo. – Murmurei.
— E por que não deveria ir?
— Tenho medo de estragar tudo. Fazer alguém se descontrolar. – Sussurrei.
— O único que não caça há dias sou eu. Estive tempo demais com você pra me preocupar com isso. – Ele sorriu.
— E eu estive te provocando esse tempo todo… – Pensei nas minhas “brincadeirinhas”.
— Imagina… Você me ajuda a ser forte, sabia? – Ele brincou com meu cabelo.
Sorri timidamente.
— Dominic… Posso te fazer uma pergunta meio capciosa? – Eu me encolhi.
— Sim, pode. – Ele sorriu.
— Que tipos de pessoa você costuma… matar pra se alimentar? – Eu murmurei.
— Não matamos pessoas. Caçamos animais. Ursos, leões, elefantes, o que vier. – Ele riu.
— Ah. Os sombrios não são assim, não é…? – Me ajustei a seu corpo.
— Não. Eles não têm dó das pessoas… Agem por instinto. – Ele explicou.
Ficamos mais algumas horas conversando e já começava a anoitecer. Nem vi o tempo passar. Olhei no relógio: Eram 19h35min.
— O voo da mamãe vai sair às oito. Tenho que ir lá embaixo me despedir.
— Ok, eu te espero aqui.
Desci as escadas correndo. Minha mãe estava contando as malas.
— Mãe… Você já vai, não é… – Eu me aproximei.
— É… parece que sim. Estão todas aqui. – Ela suspirou.
Corri até ela e a abracei.
— Vou sentir saudades, mamãe! – Eu chorei.
— Eu também, meu amor. Se cuida, viu. – Ela me abraçava forte e falava em meio a lágrimas.
Um táxi buzinou na frente da casa. Minha mãe pegou as malas, eu a ajudei. Colocou as malas no porta-malas do carro e me abraçou forte.
— Qualquer coisa me ligue que venho voando pra cá. – Ela me abraçou forte.
— Pode deixar, mãe. Qualquer coisa me ligue, se precisar. – Repeti para ela.
Ela beijou meu rosto, entrou no carro e se foi. Não pude conter as lágrimas. Entrei correndo pra dentro de casa e subi as escadas, ainda chorando.
— Calma. Ela vai ficar bem. – Dominic me abraçou forte.
— Eu espero que sim. – Abracei-o.
— Você… ainda quer ir… – Ele foi delicado.
— Claro. Vamos. – Eu funguei.
Ele me pegou nos braços e desceu as escadas, quase voando. Peguei a chave e tranquei a porta. Ele me pôs nas costas e correu até sua casa. Chegamos, ele abriu a porta para mim.
— Emily, como vai minha querida? – Rose Mary me abraçou.
— Olá Rose, estou bem, obrigada. – Eu sorri.
Andrews acenou para mim, eu acenei de volta. Subi as escadas, Dominic ia me puxando pela mão. Entramos na sala onde o piano estava. Sentei-me em uma poltrona, cruzei as pernas e me mantive rígida.
Ele se sentou na banqueta do piano.
— Tem medo de mim? – Ele me fitou por sobre o ombro.
— Não. – Me levantei e sentei-me ao lado dele na banqueta.
Ele começou a tocar uma música que eu já conhecia. Fiquei me embalando conforme a música tocava. Ele terminou de tocar. Acariciei, com o indicador, uma tecla.
— Quer aprender? – Ele olhou pras minhas mãos desajeitadas nas teclas.
Disparei o olhar pra ele.
— Está falando sério? – Eu sorri.
— Tenho a eternidade pra te ensinar. – Ele riu.
Baixei a cabeça e acenei negativamente. Quando levantei a cabeça, meus olhos se depararam com um violão.
— Se não me engano, aprendi alguma coisa sobre violão. – Peguei o instrumento, desajeitada, e toquei um acorde. — Ah, sim. Lembrei.
Toquei uma música que minha mãe me ensinara. Era simples, mas eu gostava dela. Parei de tocar.
— O que houve? – Dominic me fitou, preocupado.
— Já sinto falta dela. – Murmurei, um nó na garganta.
Ele se levantou de onde estava e me abraçou carinhosamente.
— Tenho certeza que ela vai ficar bem. Estarei monitorando os pensamentos dela sempre que puder e te manterei informada, ok? – Ele afagou meu rosto de leve.
— Obrigada. – Beijei seu rosto.
Ele sorriu gentilmente.
— Quer ir pra casa? – Ele me fitou nos olhos.
Assenti com a cabeça, meio tímida.
— Tudo bem, eu levo você. – Ele entrelaçou os dedos nos meus e me puxou levemente pela mão.
Descemos as escadas, a família estava conversando, de uma forma descontraída.
— Andrews – Ele chamou enquanto passava pela sala – vou levar Emily em casa. Posso não voltar ainda hoje.
— Tudo bem. Avise-me se precisar de alguma coisa. – Andrews estava sério.
Dominic assentiu com a cabeça apenas uma vez e saímos pela porta. A lua não brilhava naquela noite e as estrelas não apareceram. Pude sentir o vento úmido sobre minha pele.
— Vai chover. – Olhei para o céu.
— Vai… – Ele concordou. — Acho melhor nos apressarmos se não quiser pegar chuva. – Ele sorriu e me pegou nos braços, como se eu fosse uma pluma.
Em instantes já estávamos na minha casa. Peguei a chave do bolso do casaco, destranquei a porta e entrei. Dominic me seguiu.
— Vai ficar? – Sentei no sofá.
— Quer que eu fique? – Ele se sentou ao meu lado.
— Nem precisa perguntar. – Sorri e o abracei.
Peguei o controle e liguei a televisão, mas desliguei em seguida.
— Algo errado? – Ele me olhou.
— Não. Só não preciso de mais nada disso quando tenho você. Não quero perder meu tempo com isso. – Eu ri.
— Ah, tudo bem. – Ele se levantou e me ajudou a me levantar.
Subimos as escadas. Ele se sentou na minha cama.
— Vou tomar um banho. Sinta-se a vontade. – Já ia entrando no banheiro quando Dominic me chamou.
— Emily, não esqueça sua toalha e suas roupas. E cheque se há algum fiozinho solto antes. Dessa vez, estamos sozinhos aqui. – Ele murmurou.
Fiquei meio sem graça. Escolhi minhas roupas, peguei minha toalha, não havia fiozinho nas roupas, então entrei no banho. Tomei um banho rápido e saí do banheiro.
— Assim está melhor. – Eu atirei minha toalha sobre uma poltrona no canto do quarto.
Dominic ficou me encarando, com um sorriso misterioso nos cantos da boca. Andei até ele e me sentei em suas pernas.
— Você fica mais linda a cada segundo que passa… – Ele sussurrou.
— Obrigada, mas não me comparo a você. – Eu ri.
— Claro que não, você é muito mais perfeitinha. Parece ter sido esculpida pelos deuses. – Ele alisou meu queixo com o indicador.
Eu o fitei, ele riu.
— Seus olhos me intimidam. – Ele beijou minha face de leve.
— Ah, é? Eu gosto assim. – Eu ri baixinho.
— Ah, sim. Então tá. – Ele me derrubou em cima da cama.
Ele fez cócegas em mim, eu não parava de rir. Parou com as cócegas, mas não deixou eu me levantar. Por mais que eu me movimentasse, ele não se movia um centímetro sequer.
— É assim que você vai ficar pelo resto da vida! – Ele sorriu maldosamente.
— Seu ponto fraco ainda está vulnerável. – Sussurrei, me levantei um pouco e mordi de leve seu pescoço, esperando que ele não ficasse nervoso como antes.
Ele se encolheu um pouco e pareceu menos agitado. Aproximou vagarosamente seu rosto do meu e beijou meu queixo.
— Ok, levanta. – Eu me libertei daquela prisão, tensa.
— O que houve? – Ele afagou meu cabelo.
— Nada. Pensei ter ouvido alguma coisa… – Tentei esconder os reais motivos.
— Tudo bem… – Ele fingiu acreditar.
— Desculpe. Fiquei… meio nervosa… – Me levantei rapidamente.
— Entendo. – Ele me seguiu. — Acha que pode ficar sozinha aqui esta noite?
— Já tenho que ir me acostumando, não é… – Meu coração se apertou.
— Não vou conseguir ficar em paz longe de você… – Ele murmurou enquanto me abraçava.
— E eu não vou conseguir dormir se você não estiver aqui. – Falei baixo. – Fica, por favor. – Insisti.
— Ok, mas só por que você pediu.
­­­­— ­Obrigada. – Beijei gentilmente sua face fria.
— Emy, com que idade pretende se casar? – Ele deu ares de curiosidade.
— Ah, sei lá. Quando me sentir preparada, me caso. E você? – Me sentei novamente na cama.
— Por mim, casava hoje mesmo. Já passei da idade, não acha? – Ele sorriu e se sentou ao meu lado.
— E casaria com quem, posso saber? – Eu usei o mesmo jogo que ele usava comigo.
— Com uma garota maravilhosamente linda, gentil, simpática e que, provavelmente, me ama. – Ele me abraçou e beijou minha testa.
— Se eu fosse casar, casaria com um garoto perfeito, que se importa comigo, que me faz companhia sempre que eu preciso, que é forte e que me quer muito bem.
— Nossa! Quanta lorota! – Ele riu.
— Você também exagerou um pouquinho, não acha? – Ri também.
Me levantei da cama e desci as escadas, andei até a cozinha e peguei um potinho de sorvete no freezer, e uma colher. Subi as escadas novamente.
— Morango e creme… ― Ele riu.
Sentei-me ao seu lado, em minha cama.
— Quer? – Pus uma colher de sorvete na boca e enchi outra e ofereci a ele.
— Não, obrigado. – Ele sorriu.
— Prova… Só um pouquinho. – Insisti.
Ele me fitou por alguns segundos e abocanhou rapidamente o sorvete na colher. Ele fez uma cara estranha.
— Não gostou?
— Não estou acostumado com… essas coisas. – Ele ainda sentia o gosto do sorvete na boca.
— Se enxaguar a boca o gosto sai mais rápido. – Aconselhei.
Ele se levantou rapidamente e foi até o banheiro. Voltou em segundos.
— Realmente tira um pouco do gosto da boca. – Ele estava sério.
Olhei para ele e sorri, tentando quebrar aquela seriedade que ele escondia por trás dos olhos mansos. Ele sorriu para mim.
— Seu sorriso é encantador… ― Ele murmurou.
Fiquei levemente rubra e me encolhi como uma garotinha de seis anos. De repente seu sorriso sumiu. Seu olhar era fixo à janela fechada.
— O que houve? – Sussurrei.
Ele não respondeu. Levantou-se e parou na frente da janela, sério. Seu corpo iluminado pela luz morta da rua o deixava ainda mais lindo do que ele já era. Depois de alguns instantes ele parou de encarar o lado de fora e fechou as cortinas da janela.
— Eles estavam aqui, mas acho que já foram. – Ele se assentou ao meu lado.
— Os Sombrios? – Murmurei assustada, com um nó na garganta.
— Fique calma. Está segura. – Ele me abraçou; pude sentir seu corpo estremecer.
— Obrigada pela ajuda, Dominic. Você me ajuda muito. Me deixa mais calma. – Aconcheguei-me ao seu corpo álgido.
 Ele sorriu e beijou minha testa.
— Sei de algo que pode te divertir. – Ele riu baixo.
— O que?
— Vamos ver o que a Andy está pensando. – Ele fixou os olhos em um ponto.
— Ai, coitada! – Eu ri.
— Olha… Ela parece bem contente. Está com o Alex. – Ele riu. — Ahm… acho melhor entrar na mente de outra pessoa. – Ele torceu a face.
— Ah. – Entendi e ri. — Então… já que não vai sondar a mente dela, sonde a minha. – Eu o olhei nos olhos, ousada.
— Sua mente não é nada difícil de desvendar. Seus olhos dizem para os quatro ventos que você me deseja pra todo o sempre e que não sabe por quanto tempo vai manter-se no mesmo lugar perto de mim. – Ele me fitou nos olhos e disse tudo o que eu pensava.
— Muito bom… mas você esqueceu um detalhe. – Me inclinei na direção dele e o beijei suavemente.
Ele continuou me beijando, mas por pouco tempo. Durou em média cinco segundos e ele logo se afastou de mim.
— Eu tenho que aguentar mais tempo. – Ele murmurou e tocou seus lábios frios nos meus.
Também não durou muito. Ele estava agitado, persistente, tentando ficar por mais de dez segundos, que fosse. Até que ele estava se saído bem, mas ele queria mais.
— O que está tentando fazer? – Murmurei enquanto ele se recuperava. — Se matar? Não pode ficar me beijando assim. Vai morrer de fome. – Eu ri baixo.
— Eu quero ser normal ao menos dessa vez. – Ele disse entredentes.
— O que é mais fácil agora: você ser como eu ou eu ser como você? – Perguntei quase sussurrando.
— Não… esqueça Emily. Não vou transformar você. – Ele se afastou de mim.
Me calei. Me levantei e sentei-me na janela, olhando para fora.
— Acho que vou ter que pedir a outra pessoa. – Pensei propositalmente em Derick.
— Não vai me ganhar com esse joguinho sujo, Emily. – Ele estava parado atrás de mim.
Não falei nada. Continuei fitando a rua deserta. Ele envolveu minha cintura com os braços perfeitos e beijou meu pescoço, o que fez eu me arrepiar.
— Sabe que eu só quero o melhor pra você. Só quero te proteger. – Ele sussurrou sobre minha pele.
Virei-me para ele e o beijei intensamente. Ele me pegou nos braços e me pôs sentada na cama. Agarrei-o pelo pescoço e o puxei para junto de mim.
— Eu te amo. – Murmurei.
— Eu te amo. – Ele sussurrou sorrindo.
Aproximou-se vagarosamente do meu rosto, parecendo me provocar. Senti sua respiração sobre minha pele quando ele riu.
— O que foi? – Eu estava entorpecida.
— Durma. – Ele sussurrou.
Depois daquilo eu simplesmente apaguei. 

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