terça-feira, 3 de abril de 2012

Sexta-feira, 3 de fevereiro Pt. 3

Abri meus olhos, estava no meu quarto, iluminado pela luz mortiça do sol poente. Minha cabeça doía muito. Me sentei na cama e fiquei um pouco tonta. Suspirei profundamente e continuei sentada.
- Emily? - Escutei minha voz favorita.
- Oi... - Eu murmurei roucamente.
- O que houve? Não se sente bem? - Ele se ajoelhou diante de mim.
- Não... - Eu continuava rouca. - Estou tonta, me sinto fraca, minha cabeça dói... - Eu sibilei.
Ele não disse nada; apenas me fitou profundamente nos olhos.
- Não sei o que você tem. Não consigo te sondar direito. Tem algo errado. - Ele murmurou.
- Estou com sede. - Escondi a face entre as mãos.
- Quer caçar? - Ele acariciou minhas mãos.
- Me leve pro centro da cidade? Preciso tomar um ar, só isso. - Eu me levantei.
Dominic levantou-se rapidamente e desceu as escadas. Eu o segui; passei diante do espelho e observei que meus olhos estavam escuros.
Desci as escadas correndo e saí de casa. Dominic me esperava à sombra de uma árvore. Eu o olhei rapidamente, mas ele notou o breu nos meus olhos.
- Você precisa caçar, Emy. - Ele segurou minha mão.
Puxei minha mão rapidamente.
- Eu estou bem! - Eu disse lenta e rispidamente.
Ele fixou os olhos em mim com certo ar de raiva; seu maxilar estava travado, seus olhos eram inexpressivos. Não baixei minha guarda. Continuei andando, passando tranquilamente entre os trechos iluminados pelo sol, enquanto Dominic andava pela sobra, fugindo dele.
Um garoto de aproximadamente catorze ou quinze anos passou  por mim, me encarou e riu. Creio que ele não deveria ter feito isso.
Parei bruscamente, virei-me para trás e o chamei.
- Ei, garoto!- Eu gritei. - Qual é o seu problema?
Ele se virou vagarosamente para trás.
- Eu? - Ele me olhou com um olhar desafiador.
- Sim, você. - Andei até ele.
- Não tenho nenhum problema, moça. - Ele me encarava sério; os olhinhos puxados fixos nos meus.
- Não gosto que riam de mim, sabe... - Eu murmurei.
- Hum... - Ele deu ares desinteressados.
Agarrei-o pelo pescoço num reflexo rápido. O garoto simplesmente desmaiou.
- Emily! - Dominic gritou.
Meus olhos voaram para ele; ele estava apavorado. Olhei para o que segurava em minhas mãos e fiquei ainda mais apavorada que ele. Soltei o garoto rapidamente. Ele estava inconsciente. Me ajoelhei ao lado do menino e encostei meu ouvido em seu peito. Ele não respirava, seu coração não batia.
- Dominic. - Eu olhei para ele, meus olhos negros estavam apavorados.
Ele engoliu seco e se aproximou de mim. Pegou o garoto nos braços e Encarou-o fixamente.
- Ele ainda tem chance de viver. - Ele me olhou nos olhos, parecendo bravo. - Mas você sabe como.
Eu realmente sabia. Ele tinha que ser transformado. Sem opções.

Continua...

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